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Síndrome do piriforme... uns dizem que não existe, outros operam-no!

  • Foto do escritor: Susana Meneses
    Susana Meneses
  • 21 de dez. de 2017
  • 3 min de leitura

Atualizado: 11 de jan. de 2018



E a aventura continuou...

Em seguimento na consulta da dor no hospital onde trabalhava, foi-me diagnosticado a Síndrome do Piriforme (Saber mais). Uma síndrome com maior incidência em pessoas que praticam desportos intensos como é o caso de corredores, triatletas, ciclistas, mas também incide em pessoas sedentárias que passam muitas horas sentadas, obesos, gestantes, etc. No meu caso, a responsável seria a corrida. Sou uma amante de desporto e nos meses anteriores a ter partido o pé, corria uma média de dez quilómetros, cinco a seis vezes por semana. Neste cenário, os meus sintomas eram justificados pela minha história pessoal.


A dor que sentia era na região lombar esquerda e estendia-se para a nádega do mesmo lado, tendo-me sido proposta a realização de sessões de eletroacupuntura uma vez por semana. E assim foi, após cada tratamento saía aliviada, sem dor na nádega e com uma total amplitude de movimentos, mas em poucas horas voltava com a mesma intensidade.


A eletroacupuntura consiste na estimulação transcutânea de nervos periféricos, pontos gatilho e pontos motores, através da inserção de agulhas finas, associadas a eletro-estimulação de baixa, média e alta frequências. Esta eletro-estimulação permite ativar o sistema de controlo da dor, assim como estimular a cicatrização do tecido lesado.


O fato de ser enfermeira no hospital onde fazia os tratamentos, talvez pudesse ser um fator facilitador para o agendamento de novos tratamentos, mas desengane-se quem acha que temos a vida facilitada. Apresentava-me a todas as sessões com a dor de sempre e digo com a maior tristeza que fui descartada literalmente ao fim de quatros tratamentos com um "agora nas próximas semanas vai vendo como se sente e depois diga qualquer coisa". Passo a traduzir «já não sei o que fazer contigo, não quero ter que justificar a tua baixa médica, trabalhando no mesmo hospital que tu!» Será exagero meu? Gostava mesmo de estar enganada.


Em Janeiro de 2017, eis que consigo o contacto de um médico especialista em medicina desportiva. Mais uma tentativa na luta contra a dor e contra a incapacidade. Assim que entrei no gabinete, sem sequer falar e apenas pela postura, o médico disse que não fazia ideia do que me levava até ele mas que eu tinha um problema no músculo ílio-psoas. Como? Pensei eu. Sentei-me e falei. Foi a primeira vez após tantas observações médicas que alguém me escutou, fez o exame físico e só depois viu os exames que tinha realizado previamente. O tão desejado diagnóstico finalmente surgia: Síndrome Miofascial da musculatura lombar esquerda, nomeadamente nos psoas lombar e ilíaco, glúteos médio e mínimo esquerdos, tensor da fascia lata esquerdo, quadríceps e adutores esquerdos. Senti-me confiante com as suas palavras e acreditei que estava no caminho certo.


É só no mínimo difícil de explicar a dimensão do que senti após o primeiro tratamento. Entrei no gabinete incapaz de me descalçar, de despir as calças, de me sentar, e saí com total amplitude de movimentos e sem aquela dor que me acompanhava há meses, como minha fiel companheira.


Consegui imaginar que em pouco tempo voltaria a correr, mas a extensão das lesões eram bem superiores ao expectável. E o tempo foi passando, as dores mudando de sítio mas não de intensidade, até que deixei de conseguir estar de pé. Dez minutos eram o máximo de tempo que aguentava de pé. Atividades diárias como ir ao supermercado, conduzir, calçar, vestir, tornaram-se autênticos desafios.


O psoas é o músculo mais profundo e estabilizador do corpo humano. É considerado por muitos, o músculo da alma pela importância que tem no equilíbrio estrutural e global do organismo, nomeadamente na amplitude dos movimentos, na mobilidade articular e no funcionamento dos órgãos abdominais.

O psoas saúdavel estabiliza a coluna vertebral e permite que o tronco e os órgãos abdominais sejam bem suportados. Na prática, é o único músculo que liga a coluna vertebral aos membros inferiores, é o responsável por nos manter de pé e o que permite levantar as pernas para andar.

Um estilo de vida acelerado, o stress do dia-a-dia, as posturas viciosas e incorretas que adotamos vezes sem conta, são alguns dos fatores que geram a tensão deste músculo e como consequência disso, a tendência será encurtar e endurecer.

No meu caso, todos esses fatores anteriormente mencionados, combinados com o fato de ter adotado uma postura defensiva provocada pela dor durante os dois meses que passaram até ser diagnosticado uma fratura no pé esquerdo, contribuíram para o estado de saúde deficitário em que o meu músculo psoas do lado esquerdo se encontrava.

A eletroacupuntura foi, sem dúvida, o meu tratamento de eleição nesta fase, uma vez que, o alívio das dores após cada sessão era imediato. Infelizmente, esse efeito era momentâneo porque o acordar no dia seguinte era igual a tantos outros: a dor havia voltado!

E foi assim durante quatro meses, que a eletroacupuntura e a prática de pilates combinados, me deram algum conforto sintomático. Estava longe de imaginar o que estava para acontecer.




 
 
 

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