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Diagnóstico diferencial: quando as hipóteses se esgotam.

  • Foto do escritor: Susana Meneses
    Susana Meneses
  • 25 de mar. de 2018
  • 2 min de leitura


Mais um diagnóstico falhado. Mais um procedimento desnecessário. Ou talvez não!


Talvez esta fosse a única forma de descartar ou confirmar um possível diagnóstico. Se não avançasse com a radiofrequência da articulação sacroilíaca continuaria na dúvida. Apesar do insucesso no resultado do procedimento segui em frente com novas indicações médicas.


São muito raros os casos em que a radiofrequência não reduz a dor no mínimo em 50%. Foi então, que se levantou a hipótese do meu problema ter origem na anca. A minha sintomatologia sempre foi muito dispersa. A dor lombar esteve presente desde o primeiro dia que me queixei mas durante meses de compensações músculo-esqueléticas provocadas pela dor, foram surgindo dores na virilha, nádega, anca e perna esquerdas. Estes fatores foram camuflando e dificultando um diagnóstico definitivo. Existem inúmeras patologias com sintomatologia semelhante e a causa das minhas dores podiam efetivamente ter origem na anca.


Fui referenciada para um dos melhores ortopedistas do país, especialista na anca. Curiosamente, trabalha no hospital onde trabalho e tentei de todas as formas chegar até ele. Não foi fácil mas esse dia chegou. Um profissional extraordinário que me observou como poucos até àquele dia. Ouviu-me, fez o exame físico, viu e reviu os múltiplos exames que já havia feito. E levantou-se uma questão. À sua avaliação eu tinha uma rotação externa da anca à esquerda com amplitude inferior ao que é considerado “normal”, ou seja, havia a possibilidade de ter um conflito femoroacetabular na anca esquerda (Ver mais). Mas, e como os “mas” vêm sempre estragar qualquer coisa, essa possibilidade não era confirmada através de testes provocatórios porque nenhum deles me provoca a dor que eu referia.


De qualquer das formas, e como estava perante mais uma hipótese diagnóstica, tive que realizar desta vez uma tomografia computadorizada e uma ressonância à anca que confirmaram um conflito femoroacetabular bilateral, com mais evidência à esquerda.


Pensamento no dia: mas será que não há nada que se aproveite no lado esquerdo do meu corpo? Quanto mais se procura mais se encontra, pensei eu.


Já me imaginava pela terceira vez no bloco operatório mas desta vez iria ser submetida a uma artroscopia da anca para corrigir o conflito. Só que não! Existem inúmeras pessoas que vivem a vida toda com um conflito femoroacetabular e nem sequer fazem uma pequena ideia que o têm porque não se manifesta. Tu próprio podes ter e não tens qualquer queixa, mas também podes ter dores lombares e elas serem secundárias a um conflito. Mais um daqueles diagnósticos difíceis de despistar.


No meu caso foi mais um achado num exame de imagem e mais um “ruído”na minha recuperação que desviou a atenção da verdadeira causa da dor que sempre senti.

E após a observação e discussão do meu caso por dois ortopedistas de excelência no que toca a patologia da anca (sim, houve uma segunda opinião médica) foi concordante a decisão de não avançar com uma cirurgia.

O conflito femoroacetabular foi então descartado como a causa da dor. Contudo, ambos eram da opinião que a lombar deveria ser novamente avaliada por um profissional da área e dei início a um programa de reabilitação que envolvia fisioterapia e reeducação postural global (RPG).


O regresso aos treinos estava cada vez mais perto.

 
 
 

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